À Imagem e Semelhança de Deus
A frase acima, encontramos dentro do texto bíblico no livro de Gênesis, quando, supostamente, o deus hebreus teria criado o primeiro homem durante a criação do mundo.
“Disse mais Deus: Façamos um homem, um ser semelhante a nós, e que domine sobre todas as formas de vida na terra, nos ares e nas águas.” Gênesis 1:26
“Então Deus disse: Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. Que ele reine sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos e sobre toda a terra, e sobre todos os répteis que se arrastem sobre a terra.” Gênesis 1:26
Alguns, quando se deparam com essa passagem, imaginam de imediato que o texto queira dizer que o homem era igual ao deus hebreu. O deus hebreu, em termos de aparência, seria igual ao homem, pensam ou já pensaram muitos.
As palavras imagem e semelhança os fazem pensar assim, vez que semelhança muitas das vezes, em nosso idioma, tem o sentido também de igual.
Mas um ser que se imagina ser invisível não pode ter imagem!
Para que uma imagem seja formada é necessário que esse objeto ou coisa reflita a luz que recebe em nossos olhos, assim algo invisível não pode captar luz e refleti-la em nossos olhos, fazendo com que o vejamos por causa da imagem que se formaria no fundo de nossos olhos.
Mas então porque o escritor do Gênesis diz que o homem foi feito à sua imagem?
O que quer dizer de fato esse texto e todo o contexto em seu entorno?
O deus hebreu jamais foi visto, não é? Pelo menos é isso que as narrativas bíblicas nos informam.
Antes de respondermos a estas questões, vamos ver algumas considerações e o que dizem algumas religiões sobre esse tema.
Normalmente nos familiarizamos com essas palavras quando estudamos na matemática as semelhanças entre figuras geométricas. Ali aprendemos que diferentes triângulos ainda que tenham tamanhos e ângulos diferentes, podem ser semelhantes, ou seja, podem guardam uma proporção entre eles.
Um triângulo pode ser semelhante a outro triângulo, mas jamais um triângulo será semelhante a um quadrado, nem este será jamais será semelhante àquele.
Assim, percebemos que ser semelhante não significa de forma alguma ser igual. Em matemática, a semelhança é determinada pelas proporções que diferentes figuras formam entre si.
As religiões em geral explicam essas expressões assim:
https://www.respostas.com.br/o-que-significa-ser-criado-a-imagem-e-semelhanca-de-deus/
Ser criado à imagem e semelhança de Deus significa que somos parecidos com Deus. Cada pessoa reflete um pouco as características de Deus. Os salvos também se tornam semelhantes a Cristo.
“Imagem” e “semelhança” significam a mesma coisa: parecença. Nós fomos criados parecidos com Deus (Gênesis 1:26-27). Isso não significa que Deus tem um corpo como o nosso. Deus é espírito. Nossos corpos mostram nossa parecença com as outras criaturas de Deus.
Mas nós temos outras caraterísticas que são parecidas com Deus:
Pensamento racional – o ser humano é a única criatura que consegue falar e se expressar de forma racional, não sendo governado apenas por impulsos instintivos; Deus também pensa e usa a razão
Capacidade de escolha – podemos escolher entre o bem e o mal; tal como Deus, temos liberdade para decidir
Amor – nós podemos amar porque Deus é amor
Criatividade – Deus criou o mundo e também nos deu capacidade para criar coisas novas, usando a imaginação; nossa criatividade reflete a criatividade de Deus
Emoções – Deus também tem emoções, como alegria e tristeza
Noção de justiça e moralidade – todos temos capacidade para avaliar o que é bom e o que é mau; nossa consciência reflete a justiça de Deus
Ser imagem e semelhança de Deus não significa que somos iguais a Deus. Somos como uma sombra de Deus: somos parecidos mas Ele é muito maior e mais complexo.
https://wol.jw.org/pt/wol/d/r5/lp-t/1994246
“DEUS passou a criar o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.” Assim diz o registro inspirado, mas o que significa isso? Em que sentido foram o primeiro homem e a primeira mulher criados à imagem de Deus? — Gênesis 1:27.
Eram eles fisicamente semelhantes a Deus? Não, isso é impossível. O homem é humano, carnal, projetado para viver na Terra. Deus é espírito, e vive em inimaginável glória celestial, da qual humano algum pode sequer aproximar-se. (Êxodo 33:18-20; 1Coríntios 15:50) Como, então, foi o homem feito à imagem de Deus? No sentido de que o homem foi dotado da habilidade de exercer os notáveis atributos de Deus — amor, justiça, sabedoria e poder — bem como outras qualidades.
As qualidades de Jeová Deus se evidenciam em toda a sua criação, mas foram demonstradas vividamente na maneira em que ele lidou com o primeiro casal humano, Adão e Eva. (Romanos 1:20) Seu amor foi evidenciado por criar a Terra de forma exatamente adequada para a vida do homem nela. Jeová criou uma esposa perfeita para ser companheira do homem e mãe de seus filhos. Colocou os dois num belo jardim e deu-lhes uma fartura de todas as coisas necessárias para continuarem vivendo e serem felizes. O que é mais maravilhoso é que Deus lhes deu a oportunidade de viverem para sempre. — Gênesis 2:7-9,15-24.
A sabedoria de Deus foi evidenciada ao testar ele o primeiro casal humano. Se haviam de continuar sendo membros da família universal de Jeová, e se haviam de viver para sempre como pais da raça humana, precisavam ser exemplares na fidelidade e na adoração verdadeira. Assim, Jeová deu-lhes a oportunidade de demonstrar a condição de seu coração sob um teste apropriado — não deveriam comer da árvore do conhecimento do que é bom e do que é mau. Como foi sábio da parte de Jeová permitir que os humanos provassem sua obediência e seu amor a ele antes de conferir-lhes os maravilhosos privilégios que tinha em mente!
A justiça de Deus foi evidenciada em sua insistência em manter normas elevadas para suas criaturas, e em não transigir nessas normas. Foi evidenciada ao dar a Adão e Eva toda oportunidade para fazerem o que era correto. E, quando eles falharam em fazer isso, Sua justiça foi evidenciada em ele sentenciá-los a sofrer a penalidade estipulada para a rebelião.
O poder de Jeová foi evidenciado em ele executar a sentença. Satanás, o grande rebelde, dera a entender que Jeová era um mentiroso, e Satanás ofereceu grandes coisas a Eva caso ela desobedecesse a Deus. (Gênesis 3:1-7) Mas Satanás foi incapaz de cumprir sua promessa. Não pôde impedir Jeová de expulsar a Adão e Eva do jardim do Éden, e foi incapaz de impedir o cumprimento das palavras de Deus a Adão: “Tu és pó e ao pó voltarás.” (Gênesis 3:19) Contudo, Jeová não executou imediatamente a sentença de morte, e, ao fazer isso, deu evidência adicional de seu amor. Ele deu tempo para que Adão e Eva tivessem filhos por meio dos quais Seu propósito original para a humanidade por fim se realizaria. — Gênesis 1:28.
Por último, a justiça, o amor, o poder e a sabedoria de Jeová Deus foram incorporados na promessa que ele fez de providenciar uma semente que destruiria as obras de Satanás e reverteria os tristes resultados daquela primeira rebelião contra a soberania divina. (Gênesis 3:15) Que maravilhoso Criador nós temos!
Vemos que os conceitos religiosos, nesses dois exemplos, convergem para uma só interpretação. Eles acreditam que a imagem e semelhança dizem respeito às qualidades morais e intelectuais que o homem por ter sido criado por deus refletiria em seu modo de ser.
Outros chegam a comparar as palavras do Gênesis com as que Jesus dirigiu a Felipe, quando disse que quem o tinha visto, tinha visto também ao seu pai. Assim argumentam que a imagem ou a semelhança no caso de Jesus querem dizer afinidade de ideias e pensamentos, formas de agir e de se comportar.
“Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto. Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta. Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” João 14:7-9
Essa passagem também nos revela algo muito interessante. Ela nos revela que os discípulos de Jesus não conheciam nada das escrituras hebraicas, pois em diversos momentos, os vemos fazendo perguntas elementares que qualquer judeu simplório saberia. Veja que um dos conhecimentos básicos da Torá dos judeus é saber que seu deus é um espírito que nem mesmo Moisés pode vê-lo.
As palavras (צֶלֶם) Tsélem, Imagem, e (דְּמוּת) Demut, significam semelhança no hebraico. A primeira dar origem a palavra fotografar, tirar fotos, imagens.
Veja essa outra tradução da passagem do Gênesis.
E o Senhor disse: “Façamos o homem em nossa semelhança, similar a nós mesmos…E a Palavra do Senhor criou o homem em Sua própria semelhança…” Targum Neofiti- Gênesis 1:26-27
Essa tradução é bem explícita, ou seja, a imagem e semelhança significava que o homem seria um tipo de cópia do deus hebreu, pelo menos, em termos de aparência.
Quando nos comparamos aos animais em geral, qual deles vemos semelhanças?
Quais deles você consegue ver pernas, braços, tronco e cabeça?
Você jamais veria semelhança sua com um elefante, sapo, leão, girafa, ou mesmo um golfinho, não é mesmo?
O único que se aproxima de nossa aparência, figura, imagem e semelhança são os macacos em geral.
Como dissemos, você também não diria que um triângulo é semelhante a um quadrado ou círculo.
Entendeu o que é ser semelhante?
A semelhança não significa que as coisas ou objetos que comparamos sejam completamente iguais, mas sim, que elas guardam entre si determinadas características físicas. A semelhança e a imagem não dizem respeito a qualidades intelectuais, mas às físicas ou às comportamentais.
Assim, o texto de Gênesis quer dizer que o deus hebreus teria passado ao homem que fora criado características suas que se fossem materializadas seriam exatamente iguais ou similares às do homem Adão.
Lembre-se de que supostamente o Gênesis seria obra de Moisés. E este em certa ocasião pediu para ver a glória( a figura) do deus hebreu.
Porém, o deus hebreu afirmou que nenhum homem o poderia vê-lo e continuar vivo. No entanto, disse que daria as costas a Moisés, quando estivesse passando e que poria sua mão na frente de modo que ele o pudesse vê-lo.
“Prosseguiu Moisés: Mostra-me a tua glória. Respondeu-lhe: Farei passar toda a minha bondade diante de ti, e te proclamarei o nome de Jeová; terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia, e me compadecerei de quem eu me compadecer. Continuou: Não poderás ver a minha face, porque o homem não pode ver a minha face e viver. Disse mais Jeová: Eis aqui está um lugar perto de mim, e tu estarás sobre a penha. Quando passar a minha glória, te porei numa fenda da penha, e te cobrirei com a mão, até que eu tenha passado. Depois tirarei a mão, e me verás pelas costas; porém a minha face não se verá.” Êxodo 33:18-23
Segundo o Gênesis, o homem só veio a ser “igual” ao deus hebreu em todos os sentidos, quando, esse homem que embora tenha sido criado à sua imagem e à sua semelhança, comeu da árvore do conhecimento do bem e do mal.
Antes de a comer, o homem não era igual ao seu deus, mas apenas se assemelhava a ele em termos físicos. Podemos dizer que o homem, segundo o que é dito no texto, era uma cópia borrada do original que lhe deu origem ou forma.
A igualdade do homem com seu criador se deu quando aquele pode possuir as qualidades de tomar decisões, fazer escolhas, ou como o próprio texto diz, quando soube discernir entre o bem e o mal. Antes disso, o homem não era “igual” ao seu criador.
A igualdade entre deus e Adão é sugerida pela própria serpente e quando o deus hebreu aparece para condenar a todos, ele não desmente em nenhum momento o que fora afirmado pela serpente, o animal mais astuto que havia no meio animal. Perceba que a serpente não prometeu nada, apenas revelou informações que não foram concedidas pelo deus hebreu.
“Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” Gênesis 3:5
A afirmação de que o homem só veio a ser igual a deus, depois que este comeu do fruto, é dada também pelo próprio deus hebreu, veja:
“Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente, (…)” Gênesis 3:22
Outras traduções dizem “o homem é igual a um de nós”!
Portanto, é o texto que diz que a igualdade do homem se dar a partir desse momento e não quando o homem foi criado à imagem e à semelhança de seu deus.
Se o homem é tão semelhante a seu criador a ponto de a Bíblia dizer que o homem se tronou igual a ele, como então este homem se tornou imperfeito e um pecador?
O fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal não lhes tirou nada, mas justamente se deu o contrário. O fruto lhes acrescentou algo.
O texto não diz que o homem ao comê-lo se tornaria pecador, não há isso no texto. E se dissesse, o texto seria mais contraditório ainda, pois como alguém se torna igual a outro que é perfeito e sem pecado e mesmo assim se torna pecador?
O que isso mais nos revela?
Revela-nos, por exemplo, que a doença, a morte, velhice e o ódio não são consequências diretas do pecado que supostamente Adão havia cometido. Estas coisas, segundo o texto, já haviam sido colocadas no homem quando este foi criado por seu criador.
Revela-nos também que as religiões ensinam mentiras. Elas ensinam que a doença, a morte, velhice e ódio viriam do pecado, mas a Bíblia(Velho Testamento) não diz isso.
A vida eterna só poderia ser conseguida pelo comer da árvore da vida. Logo, concluímos que sem o acesso a ela, o homem mesmo criado à imagem e à semelhança de seu criador e depois obtendo a igualdade de deus em termos de saber discernir entre o bem e o mal, ainda assim morreria, envelheceria, pois a eternidade não lhe fora dada durante o ato de sua criação de forma definitiva!
Mas talvez você esteja se perguntando por que a serpente não ofereceu a árvore da vida a Eva ao invés da do conhecimento do bem e do mal?
Pelo que tudo indica, o acesso a essa árvore já era conhecido de Adão e Eva e que eles já comiam dos frutos dessa árvore.
E como podemos afirmar isso?
Primeiro porque conhecimento pode significar vida!
Segundo, porque mesmo depois que o homem foi expulso do Jardim, ele viveu ainda por quase 1.000 anos, e isso sugere que ele já fazia uso dos frutos da árvore da vida, ou seja, a vida eterna precisava constantemente ser renovada por meio do uso contínuo daquela árvore.
Não havia proibição com relação à árvore da vida, mas tão somente a do conhecimento do bem e do mal, o que fica explícito que a única restrição estava sobre a do conhecimento!
Respondeu a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim podemos comer; Gênesis 3:2
Adão e Eva sabiam onde a árvore da vida ficava, tanto que o deus hebreu providenciou que se colocasse um querubim para impedi-lo de eles a acessarem e em ato contínuo, os expulsam de lá.
O que prova que eles tinham tanto o acesso como faziam uso dela.
“Deus Jeová o enviou para fora do jardim do Éden, a fim de cultivar a terra de que havia sido tomado. Assim expulsou ao homem; e ao oriente do jardim do Éden pôs os querubins e o chamejar de uma espada que se volvia por todos os lados, para guardar o caminho da árvore da vida. Gênesis 3:23,24
Mas até esse ponto, você poderia dizer que estou inventando coisas, pois o texto fala que Jeová proibiu o acesso da árvore da vida, justamente para que o homem não a acessasse e tivesse vida eterna. Perfeito, você está certo em parte!
“Agora para que ele não estenda a mão, e tome também da árvore da vida, e coma, e viva eternamente,(…) Gênesis 3:22
Como disse, tanto a árvore do bem e do mal como a árvore da vida estavam acessíveis a Adão e Eva, esta árvore não estava escondida e inacessível, pelo menos, é o que o texto bíblico demonstra. E repito a proibição se estendia apenas à árvore do bem e do mal.
Vamos descobrir a localização de cada árvore para que você possa ver que não estou mentindo.
Respondeu a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim podemos comer;
mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais. Gênesis 3:2,3
Descobrimos assim a localização da árvore cujos frutos estavam proibidos a Adão e a Eva, ou seja, a árvore do conhecimento do bem e do mal estava no meio do jardim do Éden!
“Fez Deus Jeová brotar do solo toda a sorte de árvores gratas à vista, e boas para comida; também a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal.” Gênesis 2:9
“E o Senhor Deus fez brotar da terra toda a árvore agradável à vista, e boa para comida; e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal.”Gênesis 2:9
Eis aí, também a localização da árvore da vida, ainda que alguém diga que o texto acima se refira apenas a localização da árvore da vida, seria desmentido pelo primeiro texto que identifica a posição da árvore do bem e do mal.
Portanto, as duas árvores, a do bem e do mal e a da vida estavam no mesmo lugar, isto é, no meio do jardim.
O que prova que Adão e Eva comiam da árvore da vida, pois a proibição era exclusiva a do bem e do mal.
Não tem sentido alguém poder comer de todas as árvores com exceção de uma e não fazer uso da que dava vida que não estava sob a mesma proibição!
Entendeu?
Outro fato que encontramos no texto é que Eva estava junto à árvore da vida quando a serpente lhe falou. Por isso que quando a serpente lhe passa aquelas informações de imediato ela já toma do fruto da árvore do bem e do mal.
“A serpente era o mais astuto de todos os animais dos campos que o Senhor Deus tinha formado. Ela disse a mulher: É verdade que Deus vos proibiu comer do fruto de toda árvore do jardim?” Gênesis 3:1
“A mulher, vendo que o fruto da árvore era bom para comer, de agradável aspecto e mui apropriado para abrir a inteligência, tomou dele, comeu, e o apresentou também ao seu marido, que comeu igualmente.” Gênesis 3:6
Como as árvores estavam próximas uma da outra, no meio do jardim, assim ficou prático para mulher comer da árvore do bem e do mal, logo que a serpente lhe falou das qualidades especiais daquela árvore.
Se isso fosse realmente verdade, estaríamos diante de um deus canalha e sem vergonha, pois colocar junto à árvore da vida que Adão e Eva tinham que se dirigir para comer, uma outra árvore que lhes eram proibida, é muita sacanagem. Os coitados eram a todo momento tentados a experimentar da outra que estava tão próxima. Sem falar que a serpente era a guardiã das duas árvores, ou seja, o animal foi posto ali de propósito, pois ele era o único dentre todos os outros capaz de convencer Adão e Eva de violar a tal ordem de Javé!
Veja que Eva não esboça nenhuma reação ao discurso da serpente, e o que isso significa?
Significa que podemos entender essa passagem da seguinte forma. Era costume a serpente falar com Adão e Eva, daí de esta não se surpreender ao vê-la falar com tamanha desenvoltura.
O deus hebreu também parece não se surpreender com o relato de Eva afirmando que a serpente a havia enganada, Jeová não diz que cobras não falam. Mas pelo contrário, Javé direciona uma praga à serpente como se esta o pudesse ouvir e compreender.
Talvez esteja se perguntando, mas por que então a serpente foi condenada com Adão, se ela era a guardiã das duas árvores?
Verdade, mas pode ser que a serpente não deveria falar sobre as qualidades daquela árvore, assim ao revelar, cometeu erro grave tanto quando quem dela comesse.
Podemos também entender a presença da serpente junto às árvores como uma forma de afugentar outros animais, afinal de contas serpentes sempre foram símbolo de medo, que animal não teme uma serpente? São raras as exceções encontradas na natureza!
Mas diante dessa sugestão acima, você diga, por que outros animais temeriam a serpente se os animais eram pacíficos e não poderiam causar dano a outros?
O texto não diz que a serpente não tinha veneno e nem diz que depois disso lhe foi dada a capacidade de ferir com seu veneno, mas apenas é dito que ela fora condenada a rastejar e a comer pó. O que entendemos que a serpente já tinha veneno, assim como tigres, leões tinham suas poderosas garras; os gorilas tinham sua enorme força e assim por diante!
Na verdade, tudo isso que está na lenda do Éden é simbolismo hebraico misturado com mitologias de outros povos.
Você sabe por que a serpente aparece em meio a toda essa estória fantasiosa?
Porque as serpentes em diversas culturas eram vistas como animais sagrados ou como deusas. Sendo que esse animal representava a sabedoria, esperteza, vida, regeneração e até mesmo a fonte da vida eterna. Ela podia ainda representar a morte.
Ainda hoje a serpente pode representar a vida e mesmo a morte!
Quando a serpente é apresentado no texto bíblico, o escritor já diz algumas de suas qualidades. Lembram-se? Se não, volte ao início do capítulo 3 e confira!
Entendeu por que o escritor hebreu coloca no meio do jardim duas árvores em que uma dá vida e outra concede conhecimento do bem e do mal e junto a elas uma serpente?
O escritor hebreu desconcentrou ou separou as qualidades que eram atribuídas as serpentes e as colocou em diferentes árvores, tudo para apresentar uma estória ou mitologia diferente das que ele conhecia de outros povos.
A questão é que esse conto não passa de lenda e como tal é cheio de furos, mentiras, a pretensão de quem o escreveu não era que seus leitores o encarasse como algo real, apenas como um conto. Ninguém encara os contos de lobisomem, saci, mula sem cabeça como algo real, apesar que antigamente ante a ignorância de muitos se pensavam que essas coisas existissem de fato. Lendas são assim, sempre há quem as encarem como reais!
Terceiro motivo por que o texto transmite a ideia de que Adão e Eva faziam uso da árvore da vida está no fato de os cristãos também verem assim esse conto, veja o que diz o apocalipse:
“No meio da sua rua, e de um e de outro lado do rio, achava-se a árvore da vida, que dava doze frutos, produzindo em cada mês o seu fruto; e as folhas da árvore servem para a cura das nações.”Apocalipse 22:2
Os cristãos imaginaram também a presença da árvore da vida na Nova Jerusalém, ainda acharam pouco e colocaram rios de água da vida, estes últimos para fazer alusão ao que Jesus disse à mulher samaritana de que ele lhe daria água que faria com que ela jamais sentisse sede. Aproveitaram também e pegaram a semelhança da localização desses rios do livro de Ezequiel em seu capítulo 47.
Os cristãos que escreveram o Novo Testamento adoravam pegar textos do Velho Testamento e criarem ou darem interpretações sem pé e sem cabeça, descontextualizando os textos.
Os hebreus inventaram um monte de mentiras, vieram depois, os cristãos e inventaram novas em cima das que foram criadas pelos hebreus.
Essas mesmas estórias eram contadas por outros povos. Uns acrescentavam ingredientes e personagens diferentes, você sabe muito bem que lendas são assim, cada povo tem seu modo de as contar. Nunca uma lenda vai ser completamente igual à outra.
Quem leva a sério o que a Bíblia diz são pessoas alienadas que foram induzidas a acreditar em suas estórias malucas. Quem para, pensa, reflete e tem um mínimo de conhecimento de História, sabe que tudo não passa de contos populares hebraicos!
Deixar se guiar por um livro desse é o mesmo que desperdiçar sua valiosa vida que é tão passageira!