A Destruição da Cidade de Ai
Depois da grande conquista de Jericó, Josué parte para conquistar a cidade de Ai, segundo o relato trata-se de uma pequena cidade, sendo muito menor que Jericó.
Para conquistá-la, Josué depois de ficar a par das informações sobre a Ai, resolve atacá-la com um pequeno grupo de guerreiros de 3.000 combatentes, no caso de Jericó, Josué usara todo seu contingente de homens aptos à guerra para combatê-la.
Porém, por haver dentro do acampamento hebreu objetos condenados à destruição que foram retirados de dentro da cidade de Jericó por Acã, essa campanha de Josué sucumbe diante dos homens de guerra de Jericó.
“Mas os filhos de Israel cometeram uma transgressão no tocante ao anátema; pois Acã, filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zera, da tribo de Judá, tomou do anátema. A ira de Jeová acendeu-se contra os filhos de Israel. De Jericó enviou Josué homens a Ai, que está junto a Bete-Áven, ao oriente de Betel, e disse-lhes: Subi e espiai a terra. Subiram e espiaram a Ai. Tendo voltado a Josué, disseram-lhe: Não suba todo o povo, mas subam uns dois ou três mil homens e destruam a Ai. Não faças a todo o povo ir para lá, fatigando-o, pois são poucos. Assim subiram lá do povo uns três mil homens, que fugiram diante dos de Ai.” Josué 7:1-4
É óbvio que essa estória é mais outra fábula das muitas que encontramos na Bíblia.
A primeira fraude da estória começa pela forma como ela nos é apresentada. Em todos os casos em que os hebreus iam à guerra, eles costumavam oferecer sacrifícios ao seu deus hebreu, eles comumente consultam o oráculo através dos sacerdotes. E aqui não vemos isso acontecer.
Segundo o próprio relato, a cidade é tão pequena e tão fácil de ser dominada que são enviados apenas 3.000 guerreiros, portanto, na melhor das hipóteses, ela deveria ter em torno de uns 1.000 ou 2.000 habitantes ao todo.
“Os homens de Ai feriram deles a uns trinta e seis e, tendo-o perseguido desde a porta até Sebarim, feriram-nos na descida. O coração do povo derreteu-se e tornou-se como água. Josué, pois, rasgou os seus vestidos, e com os anciãos de Israel prostrou-se com o rosto em terra diante da arca de Jeová até a tarde; e puseram pó sobre as suas cabeças.” Josué 7:5,6
É aqui que encontramos os vestígios próprios de uma lenda!
Na batalha contra Ai, Israel levou 3.000 homens, sendo que durante o ataque morrem umas 36 guerreiros hebreus desse grupo.
Você acha que tem sentido um relato desse?
Como um exército de 3.000 pessoas sai em debandada só porque 36 pessoas de seu grupo morrem? O que representa 36 entre 3.000? Praticamente nada! Por acaso, quando os hebreus guerreavam, não morriam guerreiros seus?
Isso só mostra que nem os 3.000 guerreiros foram enviados para atacar Ai, podemos sugerir que no máximo foram uns 100. Nessa configuração, sim, teria sentido de os hebreus correrem em debandada ao verem 36 de seus homens morrerem, mas um grupo de 3.000 homens correrem por causa de 36 mortos, é ridículo imaginar que isso seja um relato real!
Depois que descobrem os objetos condenados que estavam nas mãos de Acã, Josué organiza um novo ataque àquela cidade. No primeiro ataque, foram utilizados 3.000 homens, agora no segundo ataque esse número passa a ser 10 vezes maior, ou seja, 30.000 homens.
Perceba o quanto essa estória é mentirosa. Agora, os hebreus descobriram que para derrotar Ai, serão necessários 30.000 homens de guerra, só porque perderam 36 homens anteriormente.
E olhe que antes eles já haviam enviado 12 espiões que relataram que as cidades dos cananeus eram verdadeiras fortalezas e seu povo era forte e de estatura elevada a ponto de os chamarem de gigantes, filhos de Anaque. E mesmo assim, enviaram 3.000 hebreus, depois que fizeram uma nova espionagem na cidade e pelo jeito não viram nada que os 12 primeiros espiões falaram no passado na época de Moisés.
Vocês estão lembrado qual era o quantitativo de hebreus que havia quando saíram do Egito?
Lembram-se de como ficou assustado o rei Balaque quando viu o acampamento dos hebreus? Ele ficou tão assustado que disse que o povo envolvia toda a terra!
“Os israelitas partiram então de Ramessés para Sucote, cerca de 600.000 homens a pé, além das crianças. E com eles foi também um grande número de não israelitas, bem como grandes rebanhos de ovelhas e de bois.” Êxodo 12:37,38
“O povo de Israel depois passou pelas planícies de Moabe e veio acampar a oriente do rio Jordão, em frente de Jericó. Quando o rei Balaque de Moabe, filho de Zípor, verificou como eles eram numerosos, e quando soube o que tinham feito aos amorreus, ele e o seu povo ficaram aterrorizados; foram depressa consultar os conselheiros de Midiã. Esta multidão vai tragar-nos tal como os bois comem a erva!, exclamavam eles.” Números 22:1,2
“Este enviou mensageiros a Balaão, filho de Beor, a Petor, que está junto ao rio, na terra dos filhos do seu povo, a chamá-lo, dizendo: Eis que um povo saiu do Egito; eis que cobre a face da terra, e está parado defronte de mim.” Números 22:5
Em Êxodo nos é informado que o número de hebreus era tão grande que só de homens sem incluir mulheres e crianças chegava a 600.000. Portanto, a população de hebreus girava em torno de uns 1.200.000 a 3.000.000. Sendo desse total 600.000 eram homens de 20 anos para cima que poderiam ir à guerra.
O livro de Números confirma o que fora registrado em Êxodo, veja:
Falou mais o SENHOR a Moisés no deserto de Sinai, na tenda da congregação, no primeiro dia do segundo mês, no segundo ano da sua saída da terra do Egito, dizendo: Tomai a soma de toda a congregação dos filhos de Israel, segundo as suas famílias, segundo a casa de seus pais, conforme o número dos nomes de todo o homem, cabeça por cabeça; Da idade de vinte anos para cima, todos os que em Israel podem sair à guerra, a estes contareis segundo os seus exércitos, tu e Arão.” Números 1:1-3
“Assim foram todos os contados dos filhos de Israel, segundo a casa de seus pais, de vinte anos e para cima, todos os que podiam sair à guerra em Israel; Todos os contados pois foram seiscentos e três mil e quinhentos e cinquenta.” Números 1:45,46
“Estes são os que foram contados dos filhos de Israel, segundo a casa de seus pais: todos os que foram contados dos exércitos pelos seus esquadrões foram seiscentos e três mil e quinhentos e cinquenta.” Números 2:32
Os filhos de Levi, que constituíam a classe dos sacerdotes, não foram contados a esse número, logo, a população final só de hebreus da idade de 20 anos para cima era superior aos 603.550. Só de hebreus, porque segundo o Êxodo se ajuntaram a eles, uma outra multidão de povos. “E com eles foi também um grande número de não israelitas.” Êxodo 12:37,38
“Porquanto o Senhor tinha falado a Moisés, dizendo: Somente não contarás a tribo de Levi, nem tomarás a soma deles entre os filhos de Israel:(...)” Números 1:48,49
“Mas os levitas não foram contados entre os filhos de Israel, como o Senhor ordenara a Moisés.” Números 2:33
Vamos acrescentar a esse número final a população de levitas de um mês para cima, pois o censo também fez essa contagem e em seguida somaremos ao número de hebreus primogênitos de um mês até 20 anos.
“Todos os que foram contados dos levitas, que contou Moisés e Aarão, por mandado do Senhor, segundo as suas gerações, todo o varão de um mês e para cima foram vinte e dois mil.” Números 3:39
“E disse o Senhor a Moisés: Conta todo o primogênito varão dos filhos de Israel da idade dum mês e para cima, e toma o número dos seus nomes.” Números 3:40
“E todos os primogênitos dos varões, pelo número dos nomes dos da idade dum mês e para cima, segundo os que foram contados deles, foram vinte e dois mil e duzentos e setenta e três.” Números 3:43
Assim temos 503.550(hebreus da idade de 20 anos para cima e aptos à guerra) + 22.000(levitas de um mês para cima) + 22.273(filhos primogênitos de um mês até 20 anos), e obtemos 647.773 hebreus homens, sem incluir a enorme massa de povos que estavam entre eles e nem mulheres e filhas, conforme afirma o relato de Êxodo. Os hebreus, portanto, eram uma superpopulação. Maior até que muitas cidades da atualidade no Brasil!
A população de hebreus mencionada pelo escritor de Êxodo é uma estimativa, enquanto que a registrada pelo escritor de Números é a real, vez que se trata de um censo, pelo menos, é o que ele nos diz.
E veja que já haviam morrido mais de 3.000 hebreus que adoraram o bezerro de ouro, sabemos disso, porquanto esse censo é feito tempos depois daquele evento.
“Portanto, colocou-se à entrada do acampamento e gritou: Todos que estiverem do lado do Senhor, venham até aqui e juntem-se a mim!. E todos os levitas se reuniram ao redor dele. Moisés lhes disse: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Cada um de vocês pegue sua espada e vão e voltem de uma extremidade à outra do acampamento.
E os filhos de Levi fizeram conforme a palavra de Moisés; e caíram do povo aquele dia uns três mil homens.” Êxodo 32:26-35
Antes de prosseguirmos com a análise da população dos hebreus, gostaria de informar que Moisés, Arão e seus filhos pertenciam à tribo de Levi. Daí, porque de alguns desse grupo privilegiado não participarem da guerra.
Essa tribo tinha vários privilégios entre os quais ficar com as sobras de determinados sacrifícios, ter um percentual de todo os despojos de guerra, não ir alguns à guerra, evitando com isso que perdessem suas vidas e só podiam casar com mulheres virgens.
Os levitas eram os mandachuvas entre os hebreus.
Após esse censo feito no Sinai, o qual nos revelou a população extraordinária de escravos hebreus, um outro foi feito, quando os hebreus se aproximaram das planícies de Moabe, depois que se passaram os 40 anos vagando pelo deserto.
“Depois da praga disse Jeová a Moisés, e a Eleazar, filho do sacerdote Arão: Tomai a soma de toda a congregação dos filhos de Israel, desde a idade de vinte anos e daí para cima, pelas casas de seus pais, todos os que em Israel podem sair à guerra.” Números 26:1,2
A praga a que se refere o caput acima diz respeito aos 24.000 hebreus que morreram por terem se envolvido com mulheres moabitas e midianitas adoradoras de outros deuses. Esta praga foi enviada pelo deus hebreu.
“Habitando Israel em Sitim, o povo começou a fornicar com as filhas de Moabe; Elas convidaram o povo aos sacrifícios dos seus deuses, e o povo comeu, e adorou aos deuses delas. Juntando-se Israel a Baal de Peor, acendeu-se a ira de Jeová contra Israel.” Números 25:1-3
“Os que morreram da praga foram vinte e quatro mil.” Números 25:9
Ocorreram mais mortes antes das que foram ceifadas com a praga trazida nas proximidades das terras de Moabe. Vejam abaixo os diversos relatos mostrando isso.
“Falou o povo contra Deus e contra Moisés: Por que nos fizestes subir do Egito para morrermos no deserto? pois não há pão e não há água; e a nossa alma tem fastio deste miserável pão. Enviou Jeová entre o povo serpentes abrasadoras que mordiam o povo; e morreram muitos do povo de Israel.” Números 21:5,6
Embora não tenhamos como precisar a quantidade de mortos nesse caso, o relato nos informa que foram muitos. E por certo, o foi, pois, se supormos que isso tenha ocorrido, ninguém ficaria esperando ser picado por serpentes, o que presumimos que as serpentes vinham em grandes quantidades a ponto de não dar tempo de correr ou mesmo de matá-las, seria mais ou menos parecido com uma infestação de ratos ou baratas.
“O povo era como os que se queixam da sorte aos ouvidos de Jeová. Quando Jeová o ouviu, acendeu-se a sua ira; o fogo de Jeová ardeu entre eles, e devorou as extremidades do arraial. Então o povo clamou a Moisés, e orou Moisés a Jeová, e o fogo se extinguiu.” Números 11:1,2
Mais outra praga surge entre os hebreus por causa de suas queixas. Desta vez, um fogo consumidor sai da parte de Jeová que consome parte da extremidade do arraial, produzindo mais mortes entre a população de hebreus.
“Levantou-se o povo todo aquele dia, e a noite e o outro dia, e colheram as codornizes; quem menos colheu dez ômeres, e para si estenderam-nas por toda a parte ao redor do arraial. Ainda a carne estava entre os dentes; antes que fosse mastigada, acendeu-se a ira de Jeová contra o povo, e feriu Jeová ao povo com uma praga mui grande. Aquele lugar se ficou chamando Quibrote-Taavá, porque ali sepultaram o povo que ardeu em desejo.” Números 11:32-34
Por se queixarem do maná e da falta de carne, os hebreus novamente são castigados e enquanto comem carnes de codornizes que caíram do céu trazidas por meio de um vento, são atacados por uma praga que não nos é informado como se deu. O fato é que mais pessoas morreram nesse episódio.
“Não subais, porque Jeová não está no meio de vós; para que não sejais feridos diante dos vossos inimigos. Pois ali os amalequitas e os cananeus estão diante de vós, e caireis ao fio da espada; porque deixastes de seguir a Jeová, portanto Jeová não está convosco. Mas mostraram-se temerários em subirem ao cume do monte; contudo a arca da aliança de Jeová, e Moisés, não saíram do arraial. Então desceram os amalequitas e os cananeus, que habitavam naquele monte, e os feriram e desbarataram até Hormá.” Números 14:42-45
Aqui mais hebreus são mortos quando tentaram subir contra os amalequitas e cananeus, não sabemos o número dos que foram mortos, mas presumimos que esse número não foi baixo.
“(...)cairão os vossos cadáveres neste deserto; todos vós os que fostes contados, segundo o vosso número total, desde a idade de vinte anos, e daí para cima, os que murmurastes contra mim, certamente não entrareis na terra, a respeito da qual jurei que vos faria habitar nela, exceto Calebe, filho de Jefoné, e Josué, filho de Num.” Números 14:29,30
Nessa passagem, o deus hebreus condena os hebreus da idade de 20 anos para cima, que concordaram com o relato dos 10 espias que estiveram em Canaã. Eles morreriam nos 40 anos que ficassem vagando no deserto como castigo por duvidarem na capacidade de Javé de introduzi-los na terra prometida.
Os 10 espiões pessimistas também morrem.
“Os homens que Moisés enviou a espiar a terra, que voltaram e fizeram murmurar contra ele toda a congregação, infamando a terra, sim esses homens que infamaram a terra, morreram de praga diante de Jeová.” Números 14:36,37
Ainda podemos registrar a morte de Homem por apanhar lenha no dia de sábado.
“Estando os filhos de Israel no deserto, acharam um homem apanhando lenha no dia de sábado. Meteram-no em prisão, porque ainda não estava declarado o que se lhe devia fazer. Então disse Jeová a Moisés: O homem certamente será morto; toda a congregação o apedrejará fora do arraial. Toda a congregação o levou para fora do arraial e o apedrejou, e ele morreu; como Jeová ordenou a Moisés.” Números 15:32-36
Morrem os revoltosos Datã, Coré, Abirão e suas famílias. Ao todo são 250 pessoas que têm suas vidas ceifadas.
“(...)Subiram, pois, do derredor do tabernáculo de Coré, Datã e Abirão; e saíram Datã e Abirão, e estiveram em pé à entrada das suas tendas com suas mulheres, e seus filhos e seus pequeninos. (…) De Jeová saiu fogo, e consumiu os duzentos e cinquenta homens que ofereciam o incenso.” Números 16: 27-35
Morrem 14.800 hebreus que se revoltaram contra Arão e Moisés depois da fracassada rebelião de Corá ou Coré por meio de praga enviada da parte de Javé.
“Disse Moisés a Arão: Toma o teu incensário, e põe nele fogo do altar, e sobre ele deita incenso, e leva-o depressa à congregação, e faze expiação por eles; pois de Jeová já saiu a ira, e já começou a praga. Tomou-o Arão, como Moisés lhe falou, e correu ao meio da assembleia (eis que já havia começado a praga entre o povo) e deitou o incenso, e fez expiação pelo povo. Pôs-se em pé entre os mortos e os vivos, e cessou a praga. Ora os que morreram da praga foram quatorze mil e oitocentos, além dos que morreram no caso de Coré. Voltou Arão para Moisés à entrada da tenda da revelação; e cessou a praga.” Números 16:46-50
Os filhos de Arão morrem por oferecem fogo estranho a Jeová.
“A Arão nasceram Nadabe e Abiú, Eleazar e Itamar. Morreram Nadabe e Abiú, quando ofereceram fogo estranho diante de Jeová.” Números 26:60,61
Diante de todas essas mortes que ocorreram depois do primeiro censo, certamente, quando da realização do segundo, a população de hebreus que saiu do Egito estaria reduzida, não é mesmo?
“Estes são os que foram contados dos filhos de Israel, seiscentos e um mil e setecentos e trinta.” Números 26:51
“Os que foram contados deles eram vinte e três mil, todos os homens da idade dum mês e daí para cima; porque não foram contados entre os filhos de Israel, porquanto não lhes foi dada herança entre os filhos de Israel.” Números 26:62
Lembrando também que esse novo censo foi realizado quando os primeiros hebreus que saíram do Egito haviam todos morrido no deserto durante os 40 anos de peregrinação, conforme havia determinado o deus hebreu, ou seja, 600.000 homens já haviam morrido, ou melhor, 599.998, já que desses somente dois entrariam na terra da promessa, que eram Josué e Calebe com os descendentes que tivessem.
“Estes são os que foram contados por Moisés e pelo sacerdote Eleazar, os quais contaram os filhos de Israel nas planícies de Moabe junto ao Jordão na altura de Jericó. Porém entre estes não se achou nenhum daqueles que foram contados por Moisés e pelo sacerdote Arão, os quais contaram os filhos de Israel no deserto de Sinai. Porque deles dissera Jeová: Certamente morrerão no deserto. Nenhum deles ficou exceto Calebe, filho de Jefoné, e Josué, filho de Num.” Números 26: 63-65
Assim somando os 601.730 hebreus aptos à guerra com 20 anos para cima com os 23.000 levitas de um mês para cima, chegamos a 624.730 hebreus homens, sem incluir a grande massa de povos pagãos que os acompanharam e os primogênitos machos.
Com todos esses dados em mãos, podemos agora comparar os números entre os dois censos que foram feitos. No primeiro, temos 647.773 hebreus, já no segundo 624.730, e a diferença entre eles é 23.043, portanto o número de pessoas que morreram por todas as pragas, mortes naturais, doenças, guerras desde que Israel saiu do Egito e terminou sua peregrinação de 40 anos no deserto foram 23.043 hebreus.
Com base nesses números, podemos dizer com toda certeza que tudo não passa de mentira, pois essa diferença ainda é menor, já que não foi considerado o número de primogênitos de hebreus machos como no primeiro censo, e no primeiro o número de primogênito era de 22.000. E isso faria com que praticamente não tivessem morrido ninguém. Ademais, havia 14.800 pessoas mortas por uma das pragas e mais 24.000 pessoas em outra, somente esses dois valores superam a diferença havida entre os dois censos!
O número de hebreus praticamente ficou inalterada depois dos 40 anos no deserto, onde todos acima de 20 anos deveriam morrer. Do deserto, na melhor das possibilidades, essa população sairia de lá bem reduzida, chegando mais ou menos a sua metade ou terça parte.
Os hebreus, segundo o relato de Êxodo entrou no Egito em número de 70(?) e depois de 400 anos foram libertados e sua população era mais de 600.000 homens aptos para guerra. Quer dizer, devemos ainda imaginar que havia homens na idade acima dos 20 anos que não foram considerados aptos à guerra. Isso é um absurdo sem tamanho!
E agora em apenas 40 anos, sob as piores condições do mundo, onde não tinham água, alimento, remédios(ervas) e sendo atacados por serpentes, pragas e diversas doenças, conseguem se multiplicar e manter os mesmos 600.000 que havia, quando saíram do Egito. Não tem a menor possibilidade disso ter acontecido!
Quem pode acreditar num absurdo desses? Quem consegue fechar os olhos diante desses fatos? Os números não mentem, mas a Bíblia é a mãe da mentira!
Como alguém pode achar que um livro desse é sério? Só pessoas muito inocentes e/ou ignorantes para achar isso!
De qualquer forma, imaginando que o número 601.730 homens aptos à guerra possa ser real(e não é, é óbvio), ele ainda assim se mostraria falso diante das informações que lhes trago a seguir, vejamos.
“Disse Jeová a Josué: Não temas, nem te atemorizes. Leva contigo toda a gente de guerra, e, levantando-te, sobe a Ai. Eis que entreguei nas tuas mãos o rei de Ai, e o seu povo, e a sua cidade, e a sua terra.” Josué 8:1
A partir desse relato, descobrimos que o número de Israel é muito menor e que o número de 601.730 homens aptos à guerra contado no segundo censo é uma mentira descarada, veja que na segunda vez que os hebreus se dirigem para combater Ai lhes é dito que levem toda gente de guerra, ou seja, todo o contingente de guerreiros que há. E como Josué leva 30.000 homens, nessa segunda empreitada, concluímos, então que o total de homens aptos à guerra na verdade era 30.000.
“Tomaram também vivo o rei de Ai, e trouxeram-no a Josué. Tendo Israel acabado de matar todos os habitantes de Ai no campo, no deserto em que os perseguira, e caídos todos eles ao fio da espada até serem consumidos, voltou todo o Israel a Ai e feriu-a ao fio da espada. Os que caíram nesse dia, assim homens como mulheres, foram doze mil, todos de Ai. Pois Josué não retirou a mão, que estendera a lança, até haver destruído totalmente todos os habitantes de Ai.” Josué 8:23-26
E finalmente, descobrimos qual era a população da cidade de Ai, seu número é de 12.000 pessoas, entre homens e mulheres, não se sabe, entretanto se esse número engloba as crianças, pois sabemos que nessas guerras santas de deus não escapava ninguém.
Bom, se havia 12.000 homens, significa que seu contingente para guerra era muito, muito menor. O número de mulheres em geral é sempre maior que o de homens. Se na primeira tentativa, Josué usou 3.000 homens, é sinal, – se imaginarmos que toda essa estória das Arábias tenha ocorrido –, que os guerreiros daquela cidade eram mais ou menos uns 1.000 a 2.000 homens.
30.000 homens para massacrar 1.000 a 2.000 guerreiros, parece um tanto surreal, não lhe parece?
Sim, nem os 30.000 homens, que concluímos que fosse o contingente real dos hebreus para guerra, é real.
E agora, nessa segunda batalha contra Ai, não morre nenhum homem de Israel, pelo que parece, já que quando havia morrido 36 homens, os hebreus saíram em disparada e se lamentando!
Mas as mentiras não param!
“Uns quarenta mil homens de guerra, armados, passaram diante do Senhor para batalha, às campinas de Jericó.” Josué 4:13
“Então disse o Senhor a Josué: Olha, tenho dado na tua mão a Jericó, ao seu rei e aos seus homens valorosos. Vós, pois, todos os homens de guerra, rodeareis a cidade, cercando-a uma vez; assim fareis por seis dias.” Josué 6:2,3
Antes de Josué ter destruído a cidade de Jericó, a população de gente de guerra era uns 40.000 homens, sendo que morreram 36 homens na guerra entre Israel e Ai, o que resultaria num número de 39.964 hebreus guerreiros, só que isso não pode ser verdade, já que Jeová ordenou que toda gente de guerra em Israel participasse do segundo ataque a Ai e esse número, conforme já demonstramos, em parágrafos acima, era de 30.000!
Por tudo que foi dito, podemos ver o quanto a Bíblia é uma fábrica de lendas, mitologias e contos sem pé e sem cabeça. Quanto mais a analisamos, mais mentiras encontramos!
Acreditar e ter esse livro como sagrado é o mesmo que pegar um gibi do tio Patinhas e achar que aquilo que se encontra em suas páginas é real. E como quem lê essas revistas, em geral, são crianças, ou adultos nostálgicos de sua tenra idade, podemos dizer que quem lê a Bíblia e a encara como um livro especial se comporta como tais crianças!
Os Cinco Reis Cananeus e Israel
Conta a Bíblia que o povo heveu que morava em Gibeom, ou Gibeão, teria feito aliança com Israel por medo de ser executado às mãos de Josué como foram os habitantes de Ai e Jericó. Porém, esse acordo firmado entre os hebreus e os gibeonitas havia desagradado o rei de Jerusalém, Adoni-Zedeque, que com medo procurou unir forças por meio de uma coligação envolvendo mais quatro reis que estavam ao seu redor. Os reis foram: Horão de Hebrom, Pirão de Jarmute, Jafia de Laquis, Debir de Eglom.
“Tendo Adoni-Zedeque, rei de Jerusalém, ouvido que Josué tomara a Ai, e a destruíra totalmente (fazendo a Jericó e ao seu rei o que fizera a Ai e ao seu rei); e que os habitantes de Gibeom haviam feito paz com Israel, e estavam no meio deles;
teve muito medo, porque Gibeom era uma cidade grande, como uma das cidades reais, e porque era maior do que Ai, e todos os seus homens eram valorosos.
Pelo que Adoni-Zedeque, rei de Jerusalém, enviou mensageiros a Horão, rei de Hebrom, a Pirão, rei de Jarmute, a Jafia, rei de Laquis e a Debir rei de Eglom, para lhes dizer: Subi a mim, e ajudai-me; firamos a Gibeom, porque fez paz com Josué e com os filhos de Israel.” Josué 10:1-4
Hebrom era conhecida por Quiriate-Arba. A terminação “Arba” viria, segundo a Bíblia, do nome de um rei conhecido por este nome.
“E antes o nome de Hebrom era Quiriate-Arba, porque Arba foi o maior homem entre os anaquins. E a terra repousou da guerra.” Josué 14:15
“A Calebe, filho de Jefoné, deu uma porção entre os filhos de Judá segundo a ordem de Jeová a Josué, a saber, Quiriate-Arba, o qual Arba era pai de Anaque (esta é Hebrom).” Josué 15:13
“Hunta, Quiriate-Arba (esta é Hebrom) e Zior, nove cidades com suas aldeias.” Josué 15:54
Este rei teria sido um gigante. Quiriate-Arba, portanto, era uma cidade cujos habitantes eram gigantes.
Os habitantes de Jerusalém eram conhecidos naquela época por jebuseus e sua cidade de Jebu.
“(...)subiu ainda pelo vale do filho de Hinom até a banda meridional dos jebuseus (esta é Jerusalém): subiu ao cume do monte que está fronteiro ao vale de Hinom para o ocidente, que se acha na extremidade do vale dos refains para o norte(...)” Josué 15:8
“Sela, Elef, Jebus, que é Jerusalém, Gabaat e Cariat; quatorze cidades com suas aldeias. Esta foi a parte dos benjaminitas segundo suas famílias.” Josué 18:28
Nessa batalha o Sol e a Lua ficaram parados por quase um dia inteiro para que Josué e seus homens pudessem matar por completo aquelas populações ao fio da espada, não deixando a ninguém escapar, quer crianças, quer velhos e homens e mulheres. Tomando para si os despojos que eram constituídos de ouro, prata e animais. Embora se diga que as mulheres foram mortas, nessa passagem bíblica, em verdade, elas foram, se levarmos em conta a praxe daqueles tempos, escravizadas, viraram concubinas dos guerreiros. A poligamia entre os hebreus era uma das práticas que eles tinham em comum com os cananeus.
“Falou Josué a Jeová no dia em que Jeová entregou os amorreus nas mãos dos filhos de Israel; e disse na presença de Israel: Sol, detém-te em Gibeom, E tu, Lua, no vale de Aijalom. Deteve-se o sol, e parou a lua, Até que o povo se vingou dos seus inimigos. Não está isto escrito no livro de Jasar? O sol se deteve no meio do céu, e não se apressou a pôr-se quase um dia inteiro.” Josué 10:12,13
Durante o combate, os cinco reis coligados vendo que estavam perdendo a batalha, se escondem em uma caverna, mas logo são descobertos pelos guerreiros de Josué. Assim por ordem de Josué, lacram a saída da caverna com uma pedra, impedindo a saída dos cinco reis.
“Aqueles cinco reis, tendo fugido, esconderam-se na cova de Maquedá.
Foi anunciado a Josué nestas palavras: Os cinco reis já se acharam, estavam escondidos na cova de Maquedá. Disse Josué: Arrastai grandes pedras para a boca da cova, e junto a ela ponde homens que os guardem; porém vós não vos detenhais. Persegui os vossos inimigos, e matai os que vão ficando atrás; não os deixeis entrar nas suas cidades, porque Jeová vosso Deus vos entregou nas mãos.” Josué 10:16-19
Voltando Josué da grande matança, dirigi novamente sua atenção aos cinco reis que foram aprisionados na caverna de Maquedá. Antes de os matar a sangue frio, Josué decide humilhá-los primeiro, algo muito comum naquela época, em que os homens eram quase animais, quando estavam em guerra. Estes reis, depois de passarem pelas humilhações que lhes foram impostas por Josué e seus homens, são mortos e em seguida tem seus corpos pendurados por um dia em estacas, bem provavelmente, para que os urubus lhes comessem as carnes. Não havia necessidade de pendurá-los em estacas, pois já se encontravam mortos, é evidente que o objetivo era que aves de rapina viessem lhes consumir as carnes, após isso seus corpos ou o que restara deles são jogados na mesma caverna que outrora tinha sido seu esconderijo.
Há algumas versões de Bíblias que dão a entender que Josué matou esses reis duas vezes, a primeira à espada e a segunda, quando os pendurou nas estacas e os enforcou.
“Tendo Josué e os filhos de Israel acabado de os ferir com mui grande matança, até serem eles exterminados, e tendo os restantes que deles ficaram, entrado nas cidades fortificadas, voltou todo o povo em paz ao arraial, a Josué, em Maquedá. Não havia quem movesse a sua língua contra algum dos filhos de Israel. Disse Josué: Abri a boca da cova, e trazei-me aqueles cinco reis para fora. Assim fizeram, e trouxeram-lhe aqueles cinco reis: o rei de Jerusalém, o rei de Hebrom, o rei de Jarmute, o rei de Laquis e o rei de Eglom. Sendo esses reis trazidos a Josué, chamou ele todos os homens de Israel, e disse aos comandantes dos homens de guerra que iam com ele: Aproximai-vos, e ponde os pés sobre os pescoços destes reis. Eles se aproximaram e puseram os pés sobre os pescoços deles. Então lhes disse Josué: Não temais, nem vos atemorizeis; sede corajosos e fortes, porque assim fará Jeová a todos os vossos inimigos, contra quem estais pelejando. Depois Josué os feriu, lhes tirou a vida e os enforcou em cinco madeiros; e ficaram pendurados até a tarde. Ao pôr-do-sol, deu ordem Josué: desceram-nos dos madeiros, lançaram-nos na cova em que se haviam escondido, e puseram na boca da mesma grandes pedras que ali se conservam até o dia de hoje. Nesse dia tomou Josué a Maquedá, ferindo-a à espada, bem como ao seu rei; totalmente os destruiu juntamente com todos os que nela estavam, sem deixar ali nem sequer um. Fez ao rei de Maquedá, como fizera ao rei de Jericó.” Josué10:20-28
Será verdade que o Sol e a Lua ficaram parados por um dia inteiro e que pedras caíram do céu?
A Bíblia é um livro em que os escritores hebreus rechearam-na com contos e lendas, a cada página folheada na Bíblia, encontramos ali uma lenda. Todas as passagens onde aparecem o divino, o sobrenatural e o sobre-humano nas estórias bíblicas, há ali uma pitada de mitologia.
Todos esses assassinatos podem até ter acontecido, pois matar para roubar o que era de outros povos está presente mesmo em civilizações modernas, quanto mais quando falamos de um povo constituído de tribos primitivas como as dos antigos hebreus. Toda a estória de Abrão e seus descendentes dentro de Canaã restringe-se a roubar, mentir, trapacear e assassinar.
Os eventos que envolvem a estória de Josué e sua luta pela conquista de Canaã são tão lendários que chega ao ponto de se igualar aos que ocorrem nas estórias do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Por que podemos dizer isso?
Porque esses cinco reis que haviam sido mortos por Josué reaparecem vivos momento depois para serem novamente mortos pelos hebreus. Acredita nisso? Pois é, os reis são mortos duas vezes em momentos diferentes!
Vamos pensar um pouco. O Sol e a Lua haviam ficado parados por um dia inteiro e pedras começaram a cair do céu justamente para que Josué pudesse matar a todos de forma que ninguém escapasse, como foi possível haver quem escapasse? O relato afirma que as pedras que caíram do céu mataram mais pessoas que a espada dos hebreus. E ainda assim houve quem escapasse!
Pra que serviram todos aqueles milagres se eles foram realizados a pedido de Josué justamente para que todos fossem mortos? E ainda que se refugiassem, essas grandes pedras destruiriam suas casas, matando desse modo todo e quaisquer supostos fugitivos.
As cidades eram fortificadas, mas não a prova de pedras gigantes que caíam do céu!
A narrativa é desenvolvida como se os cinco reinos estivessem muitíssimos próximos um do outro, e isso não é verdade. Portanto, não tinha como os supostos fugitivos chegarem às suas cidades de origem em tão curto espaço de tempo e escaparem das espadas e pedras.
Basta olharmos um mapa onde mostra a localização dessas cidades e veremos que essa fuga não seria possível. As cidades mais próximas do acampamento em Gilgal, onde ficavam os hebreus eram Jericó e Ai, as demais estão numa distância considerada.
De Gilgal a Gibeão era mais ou menos 15 km; de Jarmute a Laquis era mais ou menos 20 km; de Laquis a Eglom era mais ou menos 5 km; de Eglom a Hebrom era mais ou menos 30 km; de Hebrom a Debir 15 km.
Perceberam que esse relato possui muitas distorções que o torna uma lenda das mais mitológicas que poderia existir. Era impossível que homens a pé percorressem toda essa quilometragem em um dia.
Alguém poderia sugerir que os hebreus usavam cavalos, mas isso não seria lógico, pois os hebreus não os tinham. Eram os carros e cavalos que tornavam esses povos superiores a Israel.
Israel era um povo que ficou 40 anos, segundo o texto bíblico, morando num deserto, não tem qualquer cabimento imaginar que esse povo tivessem cavalos nessa condição. E quando analisamos os textos, vemos que os hebreus nesses textos viam os cavalos como algo negativo. Por diversas vezes, vemos o seu deus mandando que eles jarretem os tendões dos cavalos de seus inimigos.
O relato bíblico afirma que Josué fez toda a destruição dos demais reinos num só dia, depois daquele em que o Sol e a Lua ficaram parados e pedras gigantes terem caído do céu. Era impossível esse deslocamento entre 5 reinos num só dia!
“Enquanto fugiam de Israel na descida de Bete-Horom para Azeca, do céu o Senhor lançou sobre eles grandes pedras de granizo, que mataram mais gente do que as espadas dos israelitas.” Josué 10:11
“Mas não se detenham! Persigam os inimigos. Ataquem-nos pela retaguarda e não os deixem chegar às suas cidades, pois o Senhor, o seu Deus, os entregou em suas mãos. Assim Josué e os israelitas os derrotaram por completo, quase exterminando-os. Mas alguns conseguiram escapar e refugiaram-se em suas cidades fortificadas.” Josué 10:19,20
Perceba que por esta ocasião todos os reis da coligação já haviam sido mortos.
“Depois Josué, e todo o Israel com ele, avançou de Libna para Láquis, cercou-a e a atacou. O Senhor entregou Láquis nas mãos dos israelitas, e Josué tomou-a no dia seguinte. Atacou a cidade e matou à espada todos os que nela viviam, como tinha feito com Libna. Nesse meio tempo Horão, rei de Gezer, fora socorrer Láquis, mas Josué o derrotou, a ele e ao seu exército, sem deixar sobrevivente algum. Josué, e todo o Israel com ele, avançou de Láquis para Eglom, cercou-a e a atacou. Eles a conquistaram naquele mesmo dia, feriram-na à espada e exterminaram os que nela viviam, como tinham feito com Láquis. Então Josué, e todo o Israel com ele, foi de Eglom para Hebrom e a atacou. Tomaram a cidade e a feriram à espada, como também o seu rei, os seus povoados e todos os que nela viviam, sem deixar sobrevivente algum. Destruíram totalmente a cidade e todos os que nela viviam, como tinham feito com Eglom. Depois Josué, e todo o Israel com ele, voltou e atacou Debir. Tomaram a cidade, seu rei e seus povoados, e os mataram à espada. Exterminaram os que nela viviam, sem deixar sobrevivente algum. Fizeram com Debir e seu rei o que tinham feito com Libna e seu rei e com Hebrom.” Josué 10:31-40
“Josué foi então de Eglom a Hebrom, junto com todo o Israel, e lutou contra ela. Eles a tomaram e a golpearam com a espada, tanto ao seu rei como aos seus povoados e a todos que havia nela, sem deixar nenhum sobrevivente. Assim como havia feito a Eglom, assim ele entregou todos que havia nela à destruição.
Por fim, Josué foi a Debir, junto com todo o Israel, e lutou contra ela. Ele tomou tanto a ela como ao seu rei e a todos os seus povoados, e os golpearam com a espada, entregando todos que havia nela à destruição, sem deixar nenhum sobrevivente. Ele fez a Debir e ao seu rei assim como havia feito a Hebrom, e a Libna e seu rei.” Josué 10:37-40
lembre-se de que a coligação dos reis fora orquestrada pelo rei de Jerusalém, porém, não vemos nenhuma menção de os hebreus terem matado os habitantes de Jerusalém que nessa época se chamava Jebus. Só sabemos ou imaginamos que essa destruição ocorreu porque há uma lista de cidades cujos reis foram destruídos por Josué e os israelitas.
O relato diz que todos os habitantes dessas cidades coligadas e seus reis foram mortos. Contudo, num passe de mágica, vemos os cinco reinos sendo atacados pelos hebreus querendo destruir de forma cabal o restante de soldados que haviam escapado das espadas israelitas e das pedras e entre esse restante surgem alguns reis que já estavam mortos.
Os reis de Hebrom e Debir são novamente mortos, quando Josué entra em suas cidades para matar os supostos sobreviventes que escaparam das espadas israelitas e das grandes pedras. Porém esses dois reis já haviam sido mortos e pendurados em madeiro junto com os reis de Jerusalém, Eglom e Laquis, conforme podemos constar em Josué 10:20-28.
“Os filhos de Israel tomaram como presa para si todos os despojos destas cidades, e o gado; porém feriram ao fio da espada a todos os homens até os destruírem, sem deixar a ninguém com vida.” Josué 11:14
Apesar disso, os jebuseus, que eram os habitantes de Jerusalém que tinham como rei Adoni-Zedeque, surgem vivos e constituindo resistência aos hebreus agora depois da morte de Josué.
“Quanto aos jebuseus, que habitavam em Jerusalém, os filhos de Judá não os puderam desapossar; mas os jebuseus ficaram habitando em Jerusalém com os filhos de Judá até o dia de hoje.” Josué 15:63
Como é que ficaram jebuseus em Jerusalém, se Josué assassinou a todos, não sobrou ninguém na cidade e em suas vizinhanças?
Já não bastavam essas mentiras que encontramos só nessa “farsinante” estória, vamos encontrar o rei Adoni- Zedeque, depois que morre e é pendurado num madeiro por uma tarde inteira nas guerras encabeçadas por Josué, reaparecer no tempo de Calebe que assume a liderança após a morte de Josué, porém Adoni-Zedeque não é mais Adoni-Zedeque, agora é Adoni- Bezeque.
Os crentes tentam inventar como sempre uma solução para esse vexame, afirmam que se trata de outra pessoa. Só que não!
“Depois da morte de Josué consultaram os filhos de Israel a Jeová, dizendo: Quem dentre nós subirá primeiro aos cananeus, para pelejar contra eles?
Respondeu Jeová: Subirá Judá; eis que lhe entreguei a terra na sua mão.
Então disse Judá a Simeão, seu irmão: Sobe comigo à minha sorte, e pelejemos contra os cananeus, que eu também subirei contigo à tua sorte. Simeão foi com ele.
Subiu Judá, e Jeová lhes entregou nas mãos os cananeus e os ferezeus: feriram deles em Bezeque dez mil homens. Acharam em Bezeque a Adoni-Bezeque; pelejaram contra ele, e feriram aos cananeus e aos ferezeus. Fugiu Adoni-Bezeque; mas, perseguindo-o, prenderam-no, e cortaram-lhe os dedos polegares das mãos e dos pés. Disse Adoni-Bezeque: Setenta reis, a quem haviam sido cortados os dedos polegares das mãos e dos pés, apanhavam as migalhas debaixo da minha mesa: assim como eu fiz, assim Deus me retribuiu. Levaram-no a Jerusalém, e ali morreu. Os filhos de Judá, pelejando contra Jerusalém, tomaram-na, e passaram-na ao fio da espada, pondo fogo à cidade. Depois os filhos de Judá desceram a pelejar contra os cananeus, que habitavam na região montanhosa, no Neguebe e na Sefelá. Judá marchou contra os cananeus que moravam em Hebrom (ora o nome de Hebrom era dantes Quiriate-Arba); e feriu a Sesai, Aimã e Talmai. Dali partiu contra os habitantes de Debir (ora o nome de Debir era dantes Quiriate-Sefer).”Juízes 1:1-11
Mas como poderia ser outra pessoa, se os textos, já mostrados, dizem que após as pedradas e o Sol e Lua terem parado, os hebreus mataram a todos? Não sobrou ninguém, nem mesmo entre os povoados próximos!
Como então apareceria um rei novamente em Jerusalém ou Jebus, se não havia sobrevivente e muito menos reis após a passagem de Israel? Geralmente nesses conflitos matavam-se os reis e todos os seus descendentes e sucessores ao trono.
Seria impossível que surgisse uma outra povoação com outro rei ali e o pior em tão puco tempo.
A narrativa tenta no início localizar esse Adoni- Bezeque na cidade de Bezeque, mas depois o localiza em Jerusalém, confirmando que se trata do mesmo rei que fora morto nos tempos de Josué, ou seja, é Adoni- Zedeque. E lembrem-se de que todos ao redor dessas cidades também haviam sido mortos.
Lembre-se também de que Hebrom havia sido destruída por inteira no tempo de Josué, porém, nessa passagem envolvendo Adoni-Bezeque, seus habitantes reaparecem para serem mortos por Calebe.
E sabemos que logicamente isso seria impossível, posto que não houve sobrevivente algum em Laquis, Hebrom, Jerusalém, Jarmute e Eglom.
Outros falam que o nome Adoni -Bezeque seria um título como Herodes, Faraó e outros, mas como dissemos não tem sentido se pensar assim, pois os habitantes, daquelas cinco cidades ou reinos foram todos mortos, inclusive seus reis e todos seus filhos, pois a destruição dessas cidades sempre era comparada ao que havia acontecido com as cidades de Jericó e Ai e nestas cidades, com exceção de Jericó, só sobrou apenas Raabe, a prostituta, e seus familiares e ainda nesse caso se ajuntaram às fileiras dos hebreus!
Para confirmar que falamos, vejamos abaixo uma lista dos reis que com toda sua população haviam sido exterminados por Israel.
“Estes são os reis da terra, aos quais Josué e os filhos de Israel feriram além do Jordão para o ocidente, desde Baal-Gade no vale do Líbano até o monte Halaque, que sobe a Seir; a qual terra Josué deu em possessão às tribos de Israel segundo as suas divisões(Na região montanhosa, e na Sefelá, e na Arabá, e no Azedote, e no deserto, e no Neguebe habitavam os heteus, os amorreus, os cananeus, os ferezeus, os heveus e os jebuseus): um rei de Jericó, um rei de Ai, que é perto de Betel, um rei de Jerusalém, um rei de Hebrom, um rei de Jarmute, um rei de Laquis, um rei de Eglom, um rei de Gezer, um rei de Debir, um rei de Geder, um rei de Hormá, um rei de Arade, um rei de Libna, um rei de Adulão, um rei de Maquedá, um rei de Betel, um rei de Tapua, um rei de Hefer, um rei de Afeque, um rei de Lasarom, um rei de Madom, um rei de Hazor,(…)" Josué 12:7-19
Ainda resta uma outra questão. Como foi possível que Gibeão conseguisse fazer uma aliança com Israel?
O deus hebreu determinou que os hebreus não poderiam fazer qualquer acordo com os povos canaanitas. Seus filhos e filhas não poderiam ser dados em casamento a nenhum daqueles habitantes.
Quando analisamos e nos aprofundamos nos textos bíblicos, vemos que essa ordem proibitiva não tinha nenhum sentido.
“Não houve cidade que fizesse paz com os filhos de Israel, à exceção dos heveus, habitantes de Gibeom: a todas tomaram à força de armas. Pois de Jeová veio o endurecimento dos seus corações, para saírem à guerra contra Israel, a fim de que fossem destruídos totalmente, e não achassem piedade alguma, porém fossem de todo exterminados, como Jeová ordenou a Moisés.” Josué 11:19,20
A ordem se tornava desnecessária e desprovida de qualquer sentido, porque, segundo o texto acima, o ódio e o desejo de guerrear contra Israel foram implantados nas mentes dos povos cananeus pelo deus hebreu que os queria exterminá-los sem piedade. Ainda que eles porventura tivessem em seu íntimo a vontade de se render, isso não seria possível de acontecer, vez que Jeová estava usando de seus supostos poderes para endurecer seus corações da mesma forma que o fez com os corações de Faraó e os egípcios, quando matou todos os seus primogênitos. E ainda que os hebreus desobedecessem a ordem de não fazer acordos, os cananeus não os aceitariam, porque já estava implantado em suas mentes por Jeová, o desejo de “ saírem à guerra contra Israel”.
Entretanto, esse texto de Josué é contraditório em si, porque afirma que os Gibeonitas fizeram acordo com Israel, quando, porém, é afirmado que Jeová colocou nos corações dos cananeus o desejo de guerrear com Israel. Assim como foi possível Gibeão, que era um povo cananeu, querer paz com Israel, já que em seus corações não poderia haver desejo de paz? Seus corações haviam sido endurecido por Javé que os queriam mortos!
Essa passagem também desmente outras que dizem que os hebreus fizeram acordos com os povos cananeus, pois se Jeová colocava o ódio e endurecia os corações desses povos como poderia Israel se achegar a esses povos e contrair acordos de natureza militar e matrimonial, se esses povos o odiariam?
E mais essa passagem desmente até mesmo o próprio deus onisciente, Jeová, pois é dito por este deus que ele deixou de conquistar as terras dos cananeus porque os hebreus teriam firmado acordos entre esses povos, só que isso é mentira, pois como haveria tais acordos, se este deus colocara o ódio nos corações e mentes dos povos cananeus?
“Mas se não lançardes fora os moradores da terra de diante de vós, então os que deixardes ficar vos serão por espinhos nos vossos olhos, e por aguilhões nas vossas virilhas, e apertar-vos-ão na terra em que habitardes, E será que farei a vós como pensei fazer-lhes a eles.” Números 33:55,56
Já Sabemos o porquê desses desencontros apresentados nas passagens bíblicas. Primeiro, deus algum há de verdade nelas; segundo sempre houve acordos, quer militares, quer matrimoniais.
Os escritores de diferentes épocas tentaram justificar tão somente a permanente ocupação de cananeus em terras que os hebreus diziam ser suas.
Ah, antes de terminar, lembram-se de que os hebreus entram em guerra contra a coligação dos reis só para proteger seu aliado Gibeão?
Pois é, em nenhum momento esse aliado guerreiro aparece combatendo ao lado de Israel. O texto diz que Gibeão era formada por gente guerreira e valente e de população muito maior que Aí. Por aí, vemos mais outro detalhe das mentiras orquestradas pelos escritores bíblicos!
“Porque Gibeão tratava-se duma grande cidade - era como as cidades reais, muito maior do que Ai - e os seus habitantes eram conhecidos como aguerridos combatentes.” Josué 10:2